Meu foco é no Papel Machê. Escolhi essa técnica primeiramente porque na época da Faculdade de Artes (UFRGS) eu não tinha recursos financeiros para investir em materiais mais caros para me expressar na escultura. Depois, percebendo que naquela época (final dos anos 90) o papel machê não era muito bem visto nem bem aceito como técnica artística no mundo das artes e no meio acadêmico, decidi pesquisar ainda mais sobre a técnica, e o que entrou na minha vida por falta de recursos, acabou ficando para sempre. Primeiro porque eu queria contribuir para que a técnica fosse cada vez mais aceita no mundo das artes e depois, porque me apaixonei pela versatilidade, textura, rusticidade, acessibilidade, sustentabilidade, simplicidade e beleza da técnica. Desde então, fiz 9 exposições individuais pelo país e já participei de algumas mostras coletivas no Brasil e no mundo, em cidades como Nova Iorque e Londres. Fui contemplada no Edital Cultural SESI Paraná, em que minha exposição “A Escuridão que me Clareia” viajou por 3 cidades paranaenses no ano de 2018. Ganhei o Prêmio CBTIJ Para Teatro Infantil em março de 2020 na categoria adereços e visagismo para a peça “Ombela – A origem das chuvas”. Direção de Arlindo Lopes. Ilustrei 5 livros infantis entre os anos de 2011 e 2013. Sou vegana e minha pesquisa gira em torno da nossa relação com os animais e com a natureza. No momento, éstou pesquisando sobre como nós humanos nos distanciamos da natureza e pensamos que não somos natureza também. Uma vez que não nos consideramos parte dela, isso nos faz não ter empatia por ela, cuidado e a enxergamos como algo a ser explorado e que está ali para nos servir. Uma visão utilitarista mediante a natureza. Estou estudando o quanto ela é resiliente e tem um desejo latente pela vida e apesar de tudo, das queimadas, do concreto, dos desmatamento, ela insiste em nascer, brotar e se espalhar pelo mundo. Suas sementes viajam pelas ares (como no caso do Dente de leão), seu pólen viaja através dos insetos polinizadores e assim as plantas, a natureza resiliente sempre vai alcançar o objetivo de viver, apesar de todas as adversidades que enfrenta. Quero trabalhar as sementes, o brotar em locais inóspitos, personagens envoltos de plantas, de natureza, dessa vida que nasce e cresce independente de qualquer coisa. Esse desejo pela vida.